Movimento “Tiny House”: É mais sustentável viver em menor escala?

Tiny House é um movimento social que promove a redução do espaço construído onde vivemos. A superfície média de uma casa nos Estados Unidos - segundo o movimento - é de aproximadamente 240 m², enquanto que a ideias destas "casas diminutas" é atingir no máximo 50 m². Propõe-se uma grande flexibilidade no modo de vida, sempre concentrado em espaços menores e, consequentemente, em uma vida mais simples e aberta para o espaço público.

Quanto maior é uma casa, mais cara ela é em termos construtivos, legais, de conforto, manutenção e reparos. Por isso, uma grande quantidade de pessoas se juntaram a esta ideologia, já que, além de gastar muito menos, reduzem sua pegada ecológica e têm mais liberdade para se deslocar e mudar de cidade.

Faz sentido que cada família - segundo o número integrantes e suas necessidades - viva em um espaço de dimensões apropriadas e justas, porém, este ideal arquitetônico parece se aplicar apenas quando se pensa em habitações sociais ou abrigos temporários para emergências.

Seria esta uma alternativa para se viver de de maneira sustentável? Estamos dispostos a mudar nosso estilo de vida (e nossas aspirações...) em favor destes benefícios?

Whangapoua / Crosson Clarke Carnachan . Image © Jackie Meiring

Segundo um estudo realizado pela "Tiny House" (e acreditamos que isto aconteça também em outros países), a maioria dos estadunidenses despende quase um terço de sua renda para pagar o aluguel ou prestação de sua casa, o que poderia ser traduzido em 15 anos de trabalho apenas para pagar esta dívida. Muitas destas casas apresentam dimensões excessivas para as reais necessidades destas famílias.

Casa Transportable ÁPH80 / Ábaton Arquitectura. Image © Juan Baraja

Este sistema propõe uma alternativa mais econômica em todos os sentidos e que não necessariamente significa abrir mão da comodidade ou qualidade do espaço. A proposta convida a construir com base em configurações espaciais internas que tenham dupla função e mobiliários multi-funcionais, além de incorporar avanços tecnológicos para a economia de espaço. A otimização do espaço vertical também é uma característica frequente nas mini-casas.

Loftcube. Image © Pulled-up.it

Além de incorporar os conceitos de autossuficiência e reciclagem de materiais, o movimento sugere uma adaptação a um novo tipo de cidadãos nômades, que já não querem se fixar para o resto da vida em um só lugar, mas estão dispostos a se deslocar em busca de novas oportunidades ou melhores ambientes. Nestas situações surgem soluções como casas móveis ou outras que podem ser transportadas através de caminhões.

Diogene / Renzo Piano. Image © Vitra

Isto poderia também gerar efeitos positivos no ambiente urbano: pessoas usando cada vez mais os espaços públicos, criando laços com seus vizinhos e potencializando a vida em comunidade. Isto propõe, sem dúvida, um desafio interessante para nossos arquitetos.... e nos deparamos com alguns exemplos bem sucedidos de casas prefabricadas, abrigos temporários e obras construídas no japão.

Se nos propusermos a projetar espaços pequenos de qualidade e suficientemente flexíveis para permitir uma vida confortável em seu interior, poderíamos ser os precursores de uma mudança de mentalidade que permita habitar de modo mais eficiente e sustentável nossas cidades?

Diogene / Renzo Piano. Image © Vitra

* Os projetos apresentados neste artigo não fazem parte do movimento, mas são bons e inovadores exemplos do conceito de habitar minimamente.

Sobre este autor
Cita: Franco, José Tomás. "Movimento “Tiny House”: É mais sustentável viver em menor escala?" [Movimiento “Tiny House”: ¿es más sustentable vivir a pequeña escala? ] 15 Dez 2013. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-159987/movimento-tiny-house-e-mais-sustentavel-viver-em-menor-escala> ISSN 0719-8906

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